Após sete anos de cooperação e um investimento de 65 milhões de euros pela União Europeia, o Programa FRESAN (Fortalecimento da Resiliência e da Segurança Alimentar e Nutricional em Angola) encerrou oficialmente as suas actividades, iniciando uma nova etapa sob liderança das instituições angolanas. A partir desta fase, cabe a estas instituições a gestão das infraestruturas de abastecimento de água, o apoio à agricultura familiar e a utilização de instrumentos de planeamento que continuarão a fortalecer a segurança alimentar nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe.
Por: Redacção
Lançado em 2018, o FRESAN foi coordenado pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P., FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), PNUD e Vall d’Hebron, em colaboração estreita com as autoridades angolanas e parceiros locais. A abordagem multissectorial e de longo prazo permitiu acções articuladas entre diferentes níveis institucionais.
A cerimónia “FRESAN – Resultados e Perspectivas Futuras”, realizada em Luanda, reuniu representantes do Executivo angolano, da UE, agências da ONU, corpo diplomático, autoridades provinciais e parceiros de implementação. O principal objectivo do evento foi apresentar os resultados alcançados e transferir o testemunho para as instituições nacionais.
Transformação Estrutural no Sul de Angola
Durante o evento, a Embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais, ressaltou o carácter estratégico da parceria e o investimento nacional no Programa de Combate aos Efeitos da Seca. Destacou a importância dos sistemas de armazenamento e distribuição de água, construção de barragens e estradas rurais para a transformação da região sul do país, validando soluções testadas pelo FRESAN.
O Programa foi decisivo para a Estratégia Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional II (ENSAN II), orientando intervenções multissectoriais e reforçando a articulação entre instituições de pesquisa e serviços de saúde, especialmente no combate à desnutrição crónica infantil.
Principais Resultados Alcançados
- 23.553 camponeses beneficiados por Escolas de Campo de Agricultores (ECA), ECAP(Escolas agro-pecuárias), cooperativas, associações e grupos informais, promovendo produtividade e resiliência agrícola.
- Aproximadamente 88.000 mulheres sensibilizadas em nutrição.
- Mais de 40% de aumento no acesso a água melhorada nas áreas de intervenção.
- 23 administrações municipais equipadas com políticas de resiliência climática e segurança alimentar.
- Centros de Coordenação Operacional de Proteção Civil modernizados nas províncias alvo.
Estes indicadores reflectem a transformação de vidas: famílias com mais recursos produtivos, aumento do emprego sobretudo para mulheres e jovens, comunidades mais protegidas e crianças mais saudáveis. O futuro da segurança alimentar no sul de Angola depende da continuidade das políticas, estabilidade institucional e prioridade ao setor.









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