As economias em desenvolvimento enfrentam um paradoxo: apesar da recente redução da inflação e do abrandamento das taxas de juro, os benefícios são limitados face aos desafios persistentes desta década. Entre 2022 e 2024, registou-se a maior saída líquida de capitais relacionada com dívida em mais de 50 anos, com 741 mil milhões de dólares a serem pagos em dívida e juros, superando os novos financiamentos recebidos. Este fenómeno agravou o impacto social, sendo que, nos 22 países mais endividados, metade da população não consegue garantir uma dieta mínima adequada para a saúde. Estas conclusões estão contidas do Relatório sobre a Dívida Internacional em 2025, divulgado no início de de Dezembro, pelo Banco Mundial.
Para o BM, é fundamental que os decisores aproveitem o actual alívio financeiro para adoptar medidas que promovam a sustentabilidade da dívida, reforcem a disciplina fiscal e reduzam riscos soberanos, incentivando o investimento produtivo. É igualmente necessário modernizar os mecanismos globais de gestão da dívida, de modo a permitir intervenções rápidas e eficazes em situações de crise.
Em 2024, a dívida externa dos países de rendimento baixo e médio atingiu um recorde de 8,9 bilões de dólares, com 1,2 biliões devidos pelos países mais vulneráveis. As taxas de juro mantêm-se elevadas, e os pagamentos de juros atingiram 415 mil milhões de dólares, recursos que poderiam ser investidos em educação, saúde e infraestruturas essenciais.









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