Modelo Multissectorial, Multinível e Multi-atores
O Embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, destacou a histórica parceria técnica entre Angola, Portugal e União Europeia. O FRESAN encerra como programa, mas deixa um legado sustentado pela participação local, evidência técnica e científica, compromisso político e respeito pelo território e comunidades.
O Programa foi exemplo de actuação multissectorial, multinível e multi-actores, com liderança nacional, provincial e local, fortalecendo a agricultura familiar, acesso à água, nutrição, organização económica e governação da segurança alimentar.
- Mais de 16 000 agricultores e pastores capacitados em práticas sustentáveis, com 314 ECA em mais de 4.000 hectares.
- Apoio a 256 cooperativas, associações e grupos de produtores, envolvendo mais de 13 000 membros e reconhecimento formal de 71 cooperativas.
- Construção ou reabilitação de mais de 500 infraestruturas de água, garantindo acesso regular para cerca de 300.000 pessoas e 1 milhão de animais.
- Mais de 88 000 mulheres envolvidas em ações de alimentação saudável, apoiadas por materiais e pela TCASA.
- Formação de cerca de 3 000 agentes públicos em Segurança Alimentar e Nutricional e integração da segurança alimentar nos planos municipais.
O PNUD apoiou a reabilitação e apetrechamento de Centros de Coordenação Operacional da Protecção Civil, com sistemas de informação geográfica, comunicações de emergência e salas de crise, além da formação de técnicos em sistemas de informação de risco.
A FAO destacou as ações voltadas à agricultura familiar, implementação das ECA, apoio à introdução de tecnologias agrícolas adaptadas ao clima, organização de cooperativas e reforço das cadeias de valor agrícolas para aumentar produtividade e resiliência.
Legado e Sustentabilidade
O encerramento contou com o momento “Voz dos Beneficiários”, com vídeos mostrando o impacto real do FRESAN nas comunidades, além do vídeo oficial do Programa. O Secretário de Estado para o Planeamento, Luís Epalanga, destacou o legado do FRESAN para a segurança alimentar e nutricional em Angola, fortalecendo o papel ativo das comunidades e capacitação de líderes locais.
Defendeu a continuidade do investimento na formação de sobas, líderes comunitários, técnicos municipais e provinciais, como base para a sustentabilidade das políticas públicas. Ressaltou também a necessidade de elevar os níveis de segurança alimentar, assegurar alimentação equilibrada, aumentar a produção nacional e o emprego rural, articulando com o Plano de Desenvolvimento Nacional e a ENSAN II.
Os instrumentos criados pelo FRESAN, como planos municipais, sistemas de informação e infraestruturas, devem ser apropriados pelas instituições nacionais e integrados ao planeamento público. Saudou a parceria entre Angola, União Europeia, Portugal e agências da ONU, além do envolvimento das administrações provinciais, sociedade civil e setor privado, reafirmando o compromisso de incorporar lições e instrumentos do Programa em futuras intervenções para a resiliência e desenvolvimento sustentável do sul de Angola.









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