Angola celebra 50 anos de independência, divididos entre a guerra fria e o foco no desenvolvimento económico do País, das infra-estruturas essenciais, no bem-estar da população, advogando o fim da guerra no mundo e a reforma do Conselho de Segurança da ONU.
Miguel Daniel
O País celebrou a 11 de Novembro, 50 anos desde a conquista da independência, após 500 anos do jugo colonial português, entre ameaças internas e externas que culminaram com uma guerra fria que durou 27 anos, após várias negociações que tiveram início em Mombaça.
Os acordos resultantes de Mombaça, Lussaca e Bicesse, constituíram o marco da unidade dos três movimentos que viriam a ser reconhecidos pelo governo luso, como dignos negociadores e protagonistas da luta pela independência.
No discurso que pronunciou no acto central das celebrações dos 50 anos, o Presidente da República, lamentou a elevada perda de vidas humanas, a destruição das infra-estruturas herdadas do colono, a divisão de famílias, que veio a ser ultrapassada com a conquista da paz.
Conquistada a paz e criadas as premissas para uma reconciliação nacional, João Lourenço propôs que se aproveite esta oportunidade única para construir uma sociedade inclusiva, com igualdade de oportunidade para todos os cidadãos.
“Os desafios são enormes e de grande complexidade. Precisamos de nos focar em acções e iniciativas que contribuam para a solução dos inúmeros problemas que o País enfrenta”, vincou. Em 23 anos de paz, as prioridades elegíveis passam pela reabilitação das infra-estruturas fundamentais para o desenvolvimento, o combate a fome, à pobreza e às desigualdades sociais. Após a guerra, recordou, “tivemos que resolver o problema de milhares de deslocados e refugiados, restituindo-lhes um mínimo de condições de vida, para que acreditassem que a paz tinha valido a pena e que tinha chegado a hora de desarmarmos os espíritos e as mentes para nos dedicarmos sobretudo às tarefas do desenvolvimento.
O chefe de Estado reconheceu o esforço dos parceiros internacionais no processo de desminagem, com vista a garantir a livre circulação de pessoas e bens, para viabilizar projectos sociais com realce para os agro-pecuários, perspectivando o fim das minas nos próximos dois anos.
Reformas e bem-estar social
“Continuamos a trabalhar nas reformas para melhoria do ambiente de negócios propício à atracção de investimento directo estrangeiro, a diversificação da nossa economia e no aumento da oferta de bens e serviços para consumo doméstico e para exportação”, frisou.
Justificou que estas reformas têm como objectivo garantir o bem-estar social das populações, através de maior oferta de serviços sociais como o acesso à escola, habitação, água, energia e assistência médica e medicamentosa.
O Presidente da República reconheceu haver ainda muito por fazer, e que “a grande obra da promoção do desenvolvimento não é realizável em apenas duas décadas de paz”, realçando a importância de cada angolano valorizar as conquistas alcançadas.
“Estamos a dar passos firmes para romper o ciclo de subdesenvolvimento em que nos situamos”, prometeu, tendo como aposta o aumento da produção de energia eléctrica, sem a qual, não será possível industrializar o País, com previsão de expandir para todo o território e vender aos países vizinhos.









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